O novo mindset necessário para a Transformação em Compras

Cada vez mais a transformação em Compras tem exigido alinhamento entre as novas tecnologias e um modelo de pensar e agir centrado na experiência do cliente. Os times de Compras que se adaptarem a este novo paradigma de atuação estarão sendo os verdadeiros agentes de transformação em Compras, elevando a função do setor para o front-office das suas organizações.

Por Gabriel Aleixo

O termo “Ágil” não é novo, mas ele já ultrapassou suas raízes em desenvolvimento de software e se tornou um diferencial nas operações, Supply Chain e nas áreas de suporte e serviços compartilhados. Neste contexto, a área de Compras está cada vez mais interligada a estas interfaces.

Agilidade é definida como a habilidade de pensar e tirar conclusões rapidamente e mover-se com rapidez e facilidade.

Agilidade no processo de Transformação em Compras é capaz de:

•   Prever e priorizar o fluxo de riscos e oportunidades
•   Transformar a cultura para ser construída para evoluir
•   Configurar as cadeias de abastecimento para se tornarem mais ágeis
•   Orquestrar os recursos internos e parceiros para responder de forma rápida e flexível

A abordagem Ágil é também uma forma de transformar, e até mesmo uma “maneira de pensar” necessária, para alcançar a excelência operacional e lidar com a complexidade atual de mercado.

Times de Compras que se movem rapidamente com os seus diversos stakeholders estão permanecendo relevantes e se transformando dentro das organizações. Além disso, estão criando novos paradigmas com a ajuda de novas idéias e novos recursos digitais. A transformação em Compras também está acontecendo à medida que esse time aborda, de forma pró ativa, as oportunidades oferecidas por seus ecossistemas, obtendo inteligência competitiva através dos seus fornecedores.

Equipes ágeis superam seus pares em todas as principais métricas de desempenho. Superam as metas de Savings e indicadores de desempenho, mantendo maior influência no C – Level por aumentarem a satisfação dos seus clientes internos (SLA’s). Se destacam ainda pela mitigação de riscos e demonstram maior aptidão na execução dos seus projetos estratégicos. Essa é a transformação em Compras que tende a se fortalecer com a mudança de mindset dos líderes.

Além do forte desempenho diante das adversidades em virtude de um ambiente de maior complexidade, os times de Compras ágeis podem entregar agora e se transformar para entregar no futuro. Em outras palavras, o domínio da agilidade oferece aos times de Compras, melhores chances de executar metas altamente valorizadas pelos seus stakeholders, que são consideradas estrategicamente impactantes.

Então, o que os Times de Compras podem fazer para aumentar sua agilidade?

O foco no cliente é fundamental. Não importa a metodologia da transformação necessária. Lean, Qualidade Total, CRM, Métodos Ágeis ou Design Thinking. O cliente está sempre no centro. Os protagonistas em agilidade têm melhor desempenho em uma maior “qualidade de influência dos seus stakeholders”, ao invés de apenas focar na “quantidade de influência centrada no Sourcing [Perspectiva Financeira]”.

Além disso, os Times de Compras de alto desempenho possuem:

•   Grande probabilidade de implantarem Análise Preditiva, por exemplo, para previsão de gastos.
•   Maior probabilidade de terem suporte corporativo necessário para a mudança do foco tático e operacional para o estratégico
•   Aumento de probabilidade de aproveitarem os modelos de gestão atuais para acessarem novos conhecimentos, recursos e experiências ainda não disponíveis

O gap de capacidade digital nos módulos de SRM  – Gestão de Relacionamento com Fornecedores, é claramente reconhecido pelas áreas de Compras. Atualmente, a maioria das organizações não estão usando os módulos de SRM para colaboração com os seus fornecedores.

Além das amplas preocupações relacionadas à recuperação econômica pós-pandemia, os times de Compras consideram que a garantia do fornecimento e a resiliência do fornecedor, é a questão de risco principal a ser abordada. Mas, também acreditam que o envolvimento e colaboração dos seus fornecedores atuais é fundamental para gerar valor sustentável para as organizações. Isso é evidenciado pelo fato de que o compartilhamento de informações entre os fornecedores foi a principal estratégia de mitigação de risco de fornecimento antes de ativar fontes alternativas de fornecimento e aumentar a cobertura de estoques.

Obviamente, é difícil colaborar com centenas ou mesmo milhares de fornecedores estratégicos de forma escalável quando você tem o mínimo de recursos e ferramentas. Assim, é de suma importância uma mudança de mindset que combine tecnologia e foco. Ou seja, desenvolver uma abordagem robusta para segmentação de fornecedores considerando Risco, Spend e Performance, torna-se primordial.

Destaca-se cada vez mais a importância da transformação em Compras por meio da oportunidade dos Times de Compras atuarem como facilitadores. A colaboração pode aumentar a resiliência ajudando as organizações a tomar decisões e se comunicarem de maneira mais eficaz e fomentar um senso de confiança entre toda a cadeia de valor.

Quando a pandemia atingiu o seu maior nível em 2020 muitos CEOs perceberam que precisavam acelerar a tomada de decisões e melhorar a comunicação dentro de suas organizações. Em última análise, os Times de Compras precisam se fazer três perguntas essenciais na jornada para se tornar mais ágil e estabelecer a base sobre a qual o desempenho pode ser entregue agora e no futuro próximo. São elas:

1. Como construir um modelo de Compras Ágil que nos permita adquirir os talentos necessários, com as expertises, conhecimentos e experiências requeridas?

2. Como configurar os sistemas e processos atuais para aumentar a eficiência, capacidade e permitir uma base escalável que possa se adaptar aos desafios de mercado?

3. Como aproveitar os dados para entender o que está acontecendo, prever resultados, descobrir oportunidades, apoiar o alinhamento e tomar melhores decisões, com mais rapidez e resultados confiáveis e mensuráveis?